Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Às 18h deste domingo (16/11), o Serviço Eleitoral do Chile (Servel) decretou oficialmente o fechamento das urnas, encerrando a jornada de votação do primeiro turno das eleições gerais do país, e iniciando automaticamente o processo de apuração.

Duas horas depois, pouco depois das 20h, uma parcial com 40% dos votos contabilizados mostrava a candidata do Partido Comunista, Jeannette Jara, liderando a apuração com 26,45% dos votos válidos.

Atrás dela aparecia o candidato do Partido Republicano, José Antonio Kast, um dos representantes da extrema direita, com 24,46%.

Em terceiro lugar surge o surpreendente Franco Parisi, do liberal Partido da Gente, com 18,62%. Sua votação supera a de dois candidatos da extrema direita: Johannes Kaiser, do Partido Nacional Libertário, com 13,92%, e Evelyn Matthei, da União Democrata Independente, que tem 13,47%.

Nas útimas posições estão Harold Mayne-Nicholls, do Partido Democrata Cristão, com 1,28%, Marco Enríquez-Ominami, do Partido Humanista, com 1,15%, e Eduardo Artés, do Partido Ação Proletária, com 0,65%.

Comunismo contra extrema direita

Estas eleições gerais chilenas estão marcadas pela disputa presidencial que escolherá o sucessor do atual presidente Gabriel Boric, que não concorrerá à reeleição.

As pesquisas indicam que a campanha que tem atraído mais intenções de voto é a da governista Jeannette Jara, do Partido Comunista, que lidera em todas as medições publicadas até o dia 3 de novembro – data em que passou a ser proibida a veiculação de novos estudos do tipo.

Porém, atrás de Jara aparecem três candidaturas de extrema direita, todas elas vinculadas de alguma forma com o regime autoritário do ditador Augusto Pinochet (1973-1990).

Duas dessas candidaturas são de parentes de ministros ou chefes militares da ditadura, começando pela de José António Kast, do Partido Republicano, segundo colocado na maioria das pesquisas, que é irmão de Miguel Kast, que foi ministro do Trabalho do período pinochetista e que era um dos Chicago Boys – economistas ultraliberais formados na Universidade de Chicago.

Evelyn Matthei, candidata presidencial da União Democrata Independente, é filha do falecido brigadeiro Fernando Matthei, que foi comandante da Força Aérea chilena e membro da Junta Militar de Pinochet.

O terceiro candidato de extrema direita é Johannes Kaiser, do Partido Nacional Libertário, que não tem um parentesco direto com figuras pinochetistas, mas que, em suas declarações, tem sido o mais incisivo em defender o regime ditatorial, inclusive em seus abusos aos direitos humanos.

Além deles, os demais candidatos são o economista Franco Parisi, do Partido da Gente; o jornalista e documentarista Marco Enríquez-Ominami, do Partido Humanista; o empresário Harold Mayne-Nicholls, independente ligado ao Partido Democrata Cristão; e o professor Eduardo Artés, do Partido Ação Proletária.

Chilenos escolhem presidente e representantes da Câmara e do Senado neste primeiro turno eleitoral
Ernesto Osorio

Legislativas

Além das presidenciais, a jornada deste domingo também contará com eleições legislativas, que renovarão as bancadas de ambas as casas do Congresso Nacional.

No Senado, quase metade das vagas estarão em disputa. Elas são relativas às regiões eleitorais de Parinacota, Tarapacá, Atacama, Valparaíso, Maule, Araucanía e Aysén. A câmara alta possui 50 cadeiras no total e serão renovadas 23 nesta ocasião.

No caso da Câmara dos Deputados, todas as 155 vagas da casa serão decididas nas urnas neste domingo.

Primeira parcial

Pouco antes do fechamento oficial das urnas, o Servel anunciou uma primeira parcial da apuração, com os votos contabilizados nas embaixadas do Chile na África, Ásia, Europa e Oceania.

Nessa primeira parcial, Jara aperece em primeiro com 50,3% dos votos apurados, seguida de Kaiser, com 14,9%. Atrás deles estão Matthei, com 13,4%; Kast, com 13,2%, Parisi, com 4,2%, Mayne-Nicholls, com 2,3%; Enríquez-Ominami, com 1,2%; e Artés, com 0,9%.

Vale destacar, porém, que essa parcial representa cerca de 0,2% do total de votos.