Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciou na noite de quarta-feira (28/02) a libertação de 26 reféns. A medida é parte do acordo firmado entre o grupo e o governo da Colômbia durante o último ciclo do diálogo de paz, realizado em Havana, capital de Cuba.

Segundo a delegação do governo, a lista com 26 nomes foi entregue ao grupo armado colombiano durante o 5º ciclo de diálogos de paz realizado no México em 2023. Os sequestrados foram levantados pelo Mecanismo de Monitoramento e Verificação, um órgão técnico estabelecido pela mesa para fazer o levantamento de colombianos sequestrados.

O anúncio foi realizado depois de uma “crise aberta” nas conversas entre o governo da Colômbia e o ELN, após a guerrilha acusar militares colombianos e paramilitares de violarem o cessar-fogo.

A delegação do grupo armado disse que vai retomar os diálogos com o governo a partir de 08 de abril. As negociações com o governo da Colômbia estavam congeladas desde 20 de fevereiro. 

Em nota, o ELN afirmou que vai continuar com o que foi acordado no último ciclo de debates em Cuba e que vai preparar para o próximo ciclo que está previsto para ocorrer na Venezuela. Ainda assim, a delegação manteve a convocação para as consultas internas no grupo.

A frente do grupo armado que atua no estado de Chocó, na região oeste da Colômbia, interrompeu o cessar-fogo assinado entre o grupo e o governo, em Cuba, durante 5 dias. A medida foi tomada pela Frente de Guerra Ocidental Omar Gómez e teve como justificativa um suposto acordo entre militares e paramilitares na região que, segundo o ELN, impede a “circulação de pessoas e alimentos”, além de usar a população local como “escudo humano”.

Durante o pouco tempo que duraram as negociações com o Estado, o ELN concedeu cessar-fogo unilaterais e o governo possibilitou mesas de diálogo. Setores sociais, políticos, religiosos e intelectuais abordaram a guerrilha para ver como seria a participação num grande acordo de paz. 

Nos últimos anos, o ELN avançou sobre os remanescentes das FARC em diversas regiões. Também entrou numa espiral de confrontos com outras estruturas armadas.

O núcleo do ELN adquiriu formação militar no início dos anos 1960 em Cuba e com esse aprendizado criou o seu próprio grupo de combate no país. O grupo misturou uma identidade com o seu “guevarismo” de origem com a Teologia da Libertação contribuída por Camilo Torres e outros padres guerrilheiros.

Fim dos sequestros foi acordado com o grupo durante diálogos de paz; próximas negociações devem ocorrer na Venezuela

ELN

Grupo guerrilheiro ELN foi criado em 1964 sob inspiração da Revolução Cubana e da Teologia da Libertação

Segurança e Paz

Reconhecendo uma das causas fundamentais do conflito violento que dura há décadas, o governo do presidente Gustavo Petro começou a abordar mais seriamente os direitos sociais e a distribuição da terra. Dezenas de milhares de famílias rurais receberam títulos de propriedade – mais num ano do que o governo anterior processou durante todo o seu mandato.

O acordo de paz de 2016 entre os guerrilheiros e o Estado foi uma conquista histórica. O Pacto Histórico, por outro lado, adotou uma abordagem reconciliatória e baseada no diálogo com as guerrilhas, começando com o projeto de lei “Paz Total” que não apenas reforça a implementação do acordo anterior, mas também avança novos projetos. 

Concretamente, o projeto de lei confere ao governo poderes extraordinários para iniciar conversações com os restantes dissidentes armados, como o ELN.

(*) Com Telesur
(*) Com Brasil de Fato