Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A convidada do programa 20 MINUTOS desta sexta-feira (19/05) foi a deputada federal pelo PSOL do Rio de Janeiro Talíria Petrone.

No programa desta sexta, apresentado por Breno Altman, fundador de Opera Mundi, Petrone conversou sobre os programas de luta antirracista.

Questionada sobre o que levou a parlamentar a se organizar, Petrone relembrou seu tempo dentro da sala de aula. Formada em história pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), passou a militar depois do contato com cursinhos comunitários e na rede pública.

“Você chega em sala de aula e encontra todas as contradições do mundo ali”, apontou. “É aluno que não come, é tiro que fecha escola. E isso, de alguma maneira, me joga para me organizar”. 

Petrone destacou os seus quatro anos de mandato durante o governo de Jair Bolsonaro como os mais difíceis: “sendo mãe, no meio disso tudo, esse foi o maior desafio da minha vida, sem dúvida”.

Ao abordar o crescimento da aderência da luta antirracista, a política do PSOL afirmou que é um cenário “curioso”, dado os quatro séculos de escravidão dentro do Brasil, e uma abolição onde não ouve distribuição de terras como reparação para os escravos libertos.

Para a deputada federal, é necessário 'pensar na luta antirracista' para a construção de um país mais justo; reveja a entrevista na íntegra

Pedro Valadares / Câmara dos Deputados

Petrone afirmou que mandato durante o governo Bolsonaro foi um ‘momento difícil’

Petrone explicou que “tivemos mais tempo de escravidão na história do Estado brasileiro, enquanto lei, do que de períodos sem a escravidão como um sistema”.

Abordando as pautas de classe e raça, a deputada mostrou que os temas se misturam: “eu não consigo pensar o que é a classe trabalhadora brasileira sem pensar na luta antirracista como estruturante desse horizonte que queremos construir”. 

Trata-se, para a política, de uma questão importante para pensar “o futuro da esquerda brasileira”. “É impossível a gente atravessar essa quadra sem a educação popular do povo negro”, afirmou.

Quanto a existência de uma historiografia negra forte dentro do Brasil, Petrone cita os nomes de Maria Beatriz Nascimento, Sueli Carneiro e Lélia González. “É um legado que muitos construíram e deixaram pra nós”, disse.

E continuou: temos uma série de intelectuais negros e negras, que produzem ciência, um olhar sob a realidade brasileira do ponto de vista antirracista.