Quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
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Nesta quarta-feira (22/03), o programa 20 MINUTOS entrevistou o jornalista e analista político Alon Feuerwerker, um dos principais dirigentes do processo de reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE) nos Anos 70, ainda durante a Ditadura Militar (1964-1985).

Com o Governo Lula próximo de completar cem dias, a conversa girou em torno do saldo político que este terceiro mandato do petista no Planalto vem colhendo neste período.

Segundo Feuerwerker, o Governo Lula foi beneficiado politicamente com o fracasso da tentativa de golpe de Estado do dia 8 de janeiro, que, na sua visão, “estendeu esse período de graça que os governos costumam ter nos primeiros meses, em virtude da rejeição da opinião pública àquelas imagens que todo o país viu”.

“Lula está aproveitando este período para resgatar algumas políticas que são símbolo das administrações petistas, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, e isso deve aumentar o capital político do governo, ou ao menos preservar a sua base tradicional. Mas conforme o 8 de janeiro for ficando para trás na memória das pessoas, o governo terá que mostrar serviço. Ainda assim, é muito bom para o novo governo chegar ao final dos primeiros cem dias sem um desgaste relevante”, comentou o analista.

Em conversa com Breno Altman, o jornalista e analista político fez um balanço dos primeiros dois meses e meio da gestão petista; veja entrevista na íntegra

FSB Comunicação

Feuerwerker disse que Lula chega aos primeiros cem dias do terceiro mandato sem desgastes relevantes

Entretanto, Feuerwerker alertou para o risco de o governo ficar “ilhado” nas políticas voltadas apenas aos mais pobres ou as que agradam somente o eleitorado cativo do PT e das esquerdas.

“Os mais pobres correspondem a cerca de 40% ou 50% da sociedade, mas no Congresso Nacional os interesses que estão representados da mesma forma que na população, e lá você tem uma força derivada do apoio da classe média e da elite muito maior do que no conjuntos da sociedade”, explicou.

O jornalista também disse discordar da ideia de que “o Centrão é uma massa fisiológica sem colocação ideológica”. Segundo ele, o Centrão é “um agrupamento de direita”.

“Na sociedade, o pensamento liberal e de direita se fortaleceu ao longo dos últimos anos, claro que se você analisar as pesquisas verá que a maioria da população ainda acredita que o Estado é o responsável pela solução dos problemas, mas você teve um avanço importante, por um conjunto de circunstâncias, das ideias liberais”, completou Feuerwerker.