Lula deveria criar Ministério da Segurança Pública, afirma José Dirceu

O programa 20 MINUTOS desta sexta-feira (21/11) entrevistou o ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, que abordou o tema do debate público a respeito do combate ao crime organizado defendendo a criação de um Ministério da Segurança Pública, capaz de lidar com o problema com mais ferramentas.

Em conversa com o jornalista Breno Altman, fundador de Opera Mundi, Dirceu lembrou que “a criação do Ministério do Interior, ou Ministério da Segurança Pública, foi uma promessa de campanha do presidente Lula (em 2022) e estava decidido na transição que seria criado. Depois, por razões políticas naturais, que nós podemos compreender, ele não foi criado”.

Em seguida, Dirceu destacou que “se nós olharmos o que foi a atuação do ministro (Ricardo) Lewandowski (Justiça), é como se ele fosse um ministro de Segurança Pública”.

‘Tarefa nacional’

Segundo Dirceu, o governo não conseguirá tirar o tema da segurança pública como o principal assunto da agenda pública nos próximos meses, e sua estratégia deve estar centrada em apresentar melhores resultados que os da direita nessa questão.

“É evidente que o Governo Bolsonaro só agravou a situação, porque apoiou as milícias, não combateu em nada o narcotráfico, liberou as armas, mais de milhares armas dos CACs foram vendidas a criminosos, há estudos sobre isso, e mais milhares de armas que teriam sido trazidas do Paraguai e de outros países, e isso criou um estado de coisas que exige uma tarefa maior (do Governo Lula)”, comentou o ex-ministro.

Dirceu também frisou que, atualmente, “nós temos um estado brasileiro como Roraima é ocupado pelo narcotráfico, com um governador (Antonio Denarium, do PP) que vive em conluio (com o narcotráfico), que indiretamente cria as condições pra isso, onde 70 ou 80 mil garimpeiro vão pro Estado, e a pesca ilegal começa a abastecer o narcotráfico de recursos junto com ouro, diamantes, com a garimpagem ilegal, com grilagem de terras indígenas, e no Rio de Janeiro nós vemos cenas diárias de áreas sendo ocupadas militarmente por centenas de homens e mulheres armados, cobrando taxa de segurança, vendendo serviço como internet e gás”.

“Tudo isso transforma a questão do crime organizado com um grande problema para o país, e Governo Federal tem que assumir isso como uma tarefa nacional”, afirmou o ex-presidente do PT.

Além disso, Dirceu afirmou que “a direita brasileira segue pregando continuidade da política de hegemonia do capital agrário-financista sobre o desenvolvimento do país, prega privatizar a Petrobras e os bancos públicos, desvincular o salário mínimo da aposentadoria, o fim do piso da saúde e da educação, e a privatização da Previdência”.